Por Hannah Parker
Devido à sua natureza descentralizada, a criptomoeda transformou totalmente o setor bancário. Embora seja cada vez mais utilizado, nem todas as nações aceitam este avanço tecnológico.
Embora alguns países tenham abraçado as criptomoedas de braços abertos, outros reforçaram as restrições devido a preocupações sobre qualquer coisa, desde ameaças à segurança até à estabilidade económica.
Como o Bitcoin afeta o futuro desta tecnologia revolucionária e define o cenário global das finanças digitais, os comerciantes, investidores e fãs precisam entender onde ele é proibido.
China
A China começou a reprimir as criptomoedas em 2017 e proibiu as exchanges locais. Este movimento enviou ondas de choque pela indústria global de criptomoedas. Em setembro de 2021, todas as atividades relacionadas com criptomoedas – incluindo mineração e comércio – foram proibidas.
A principal preocupação das autoridades chinesas é o possível dano que as criptomoedas poderiam causar ao sistema financeiro e ao crescimento económico do país.
Uma vez que as criptomoedas funcionam independentemente dos governos, é difícil para as autoridades supervisionar as transações financeiras e impedir atividades ilícitas, ao contrário das moedas tradicionais.
As medidas rigorosas da China para preservar o controlo sobre o seu sistema económico e sufocar a expansão da indústria não regulamentada de criptomoedas estão refletidas nesta extensa proibição.
Nepal
Setembro de 2021 viu o Nepal adicionado à lista de nações que proibiram as criptomoedas. O banco central do país, o Nepal Rastra Bank, decidiu que a mineração, o comércio e a utilização de criptomoedas eram proibidos. O receio de atividades fraudulentas relacionadas com criptomoedas, como lavagem de dinheiro e fraudes, motivou a decisão.
O governo pretende proteger a população numa nação onde o conhecimento das finanças digitais ainda está a crescer contra os possíveis perigos de um mercado de blockchain descontrolado. A restrição demonstra a abordagem cautelosa do governo às novas tecnologias e a sua dedicação em preservar a segurança financeira dos seus cidadãos.
Afeganistão
O Afeganistão passou por uma catástrofe económica depois que os talibãs tomaram o poder em 2021, o que provocou um aumento na utilização de criptomoedas como forma de transação com o mundo exterior. Mas o governo talibã rapidamente proibiu a criptomoeda, vendo-a como uma ajuda ao mercado criminoso e um desafio à sua autoridade sobre a economia.
O acesso dos afegãos aos sistemas bancários internacionais e à capacidade de fazer negócios tornou-se cada vez mais difícil devido ao embargo, isolando ainda mais a economia do país. A determinação dos Taliban em manter um controlo firme sobre todas as actividades financeiras no país é demonstrada pela execução rigorosa desta proibição.
Bangladesh
Em 2017, Bangladesh tomou medidas proativas para proibir atividades relacionadas às criptomoedas, alegando possíveis violações da legislação antiterrorismo e de combate à lavagem de dinheiro. Segundo as autoridades, as criptomoedas podem ser utilizadas para financiar atividades ilícitas porque são descentralizadas e anônimas.
A vontade do Bangladesh de combater crimes financeiros e proteger a integridade do seu sistema económico reflecte-se nesta restrição. As autoridades têm enfatizado mais a segurança e a conformidade regulamentar do que abraçar a revolução financeira digital, apesar da promessa de inovação e crescimento económico que as criptomoedas apresentam.
Marrocos
Há alguns anos, Marrocos proibiu a criptomoeda devido a preocupações com o sigilo das transações e a possibilidade de crimes financeiros. A compatibilidade das criptomoedas com os princípios das finanças islâmicas também foi levantada pelas autoridades monetárias do país e por especialistas em lei islâmica.
Marrocos é a única nação desta lista que pode mudar de ideias. Embora com restrições rígidas, uma lei elaborada em 2023 pode alterar a posição do reino em relação à moeda virtual. Esta mudança sugere uma disponibilidade para se adaptar ao cenário financeiro em mudança, mantendo ao mesmo tempo um controlo rigoroso para resolver questões fundamentais.
O impacto na indústria criptográfica e o papel da regulamentação
O mercado mundial de criptomoedas é significativamente impactado pelas proibições de criptomoedas em países como China, Nepal, Afeganistão, Bangladesh e Marrocos.
Essas limitações reduzem o potencial de mercado das empresas de criptomoedas e levantam dúvidas e instabilidade no mercado internacional. Uma proibição total imposta por uma economia gigante como a China tem o potencial de causar quedas significativas no valor das criptomoedas e desencorajar os investidores.
Mas a circunstância também enfatiza o quão crítico é que o setor das criptomoedas receba mais regulamentação. De acordo com Web3 Experts da Bitcoineer, sistemas regulatórios bem definidos e eficientes podem abordar impedimentos como fraude, lavagem de dinheiro e instabilidade econômica que resultam em proibições definitivas.
Os reguladores podem permitir o uso seguro e responsável de criptomoedas, instituindo regulamentos que garantam transparência, segurança e adesão às normas globais.
Mais nações poderão adotar as criptomoedas se o setor das criptomoedas puder colaborar com órgãos governamentais e reguladores bancários para criar tais regras. A situação de Marrocos, que pensa em mudar a sua posição em relação às criptomoedas, indica que as coisas podem mudar desde que a inovação e a segurança estejam devidamente equilibradas.
Uma melhor regulamentação pode abrir a porta para que as criptomoedas sejam aceites e integradas no sistema financeiro global, o que seria vantajoso para os clientes e para o setor como um todo.
O negócio global de criptomoedas enfrenta obstáculos devido às proibições de criptomoedas em países como China, Nepal, Afeganistão, Bangladesh e Marrocos; no entanto, estas proibições também realçam a importância de uma regulamentação eficiente.
Quadros regulatórios melhorados podem promover um clima mais favorável para a aceitação e expansão das criptomoedas, abordando questões de segurança, fraude e estabilidade económica.
O trabalho conjunto entre governos, reguladores e a comunidade de criptomoedas será essencial para concretizar todo o potencial desta tecnologia de ponta no cenário financeiro global à medida que o negócio se desenvolve.